O valor mais importante da vida
Artigo de André Soares - 29/08/2019
Qual é o valor mais importante da vida? As respostas campeãs no ranking da humanidade indubitavelmente são: saúde, família, amor, paixão, felicidade, riqueza, Deus - acima de todos, Brasil - acima de tudo..., dentre tantas outras respeitáveis e valorosas escolhas pessoais. Contudo, nenhuma destas é a resposta correta. Porque o valor mais importante da vida é o tempo – mais precisamente, o tempo de vida. Duvida? Então, responda: Quanto tempo nós viveremos? A resposta é fácil: ninguém sabe. Isso porque poderemos morrer a qualquer instante. Nem mesmo os jovens têm toda uma vida pela frente. Porque ninguém tem. Porque não temos qualquer garantia de que estaremos vivos no instante seguinte. Assim, a verdade dolorosa difícil de aceitar é que a nossa vida é uma contagem regressiva, que se inicia no nosso nascimento, mas não sabemos em que número se iniciou e nem em que contagem está. E o pior, nossa contagem regressiva está acabando, e sequer sabemos quando será. Porque “o tempo não pára” (Cazuza). Aí está a terrível tragédia da vida: a certeza da proximidade da nossa morte e a sua imprevisibilidade.
E não se deixe enganar pelas desesperadas e insidiosas especulações de toda natureza que alegam existir uma “outra vida” para ser vivida por nós, após a nossa morte. Porque outra verdade dolorosa é que quando você acabar – acabou. Ninguém terá, digamos, uma segunda chance para viver ou continuar a sua própria vida. Goste-se ou não, esta é a única vida que se tem. Todavia, por mais perturbador e paradoxal que possa parecer, a morte é o que dá sentido à vida; e o seu “modus operandi” consiste em cientificar-nos da nossa finitude e aterrorizar-nos com sua repentinidade, para motivar-nos a lutar desesperadamente por cada instante a mais de vida.
Contudo, nosso tempo de vida não é nosso, de fato. Porque ele não é uma dádiva ou benção que recebemos, uma vez que o perderemos a qualquer momento. Nosso tempo de vida também não é nosso patrimônio, pela impossibilidade de termos sua posse ou propriedade. Nosso tempo de vida não é nossa conquista, por ser inalcançável. E nosso tempo de vida muito menos é nossa sorte, porque quando o perdermos terá sido nosso azar.
Portanto, não temos poder ou controle algum sobre o nosso tempo de vida, o qual é o determinante da nossa existência. Pois sem ele simplesmente não nos será possível vivenciar a saúde, família, amor, paixão, felicidade, riqueza, adoração a Deus - acima de todos, dedicação ao Brasil - acima de tudo, e tantos outros propósitos de vida. Por isso, de todos os valores da vida humana, o nosso tempo de vida é infinitamente o mais importante, razão pela qual devemos ter obstinação para podermos usufrui-lo ao máximo, em prol dos nossos propósitos e sonhos, e antes do término da nossa contagem regressiva, a qual desconhecemos.
Assim, a uma única forma de lutarmos para usufruirmos do nosso precioso e desconhecido tempo de vida, o qual não é nosso, é não o desperdiçando e não permitindo que ele seja desperdiçado por quem quer que seja. Porque, como tempo é vida, nosso tempo perdido é o pior suicídio que podemos cometer.
Então, veja o quanto você já suicidou de sua vida e continua a suicidar-se:
Tempo perdido é:
· Acreditar em mentiras
· Ter fé em engodos
· Fugir da verdade
· Viver sem honra
· Lutar sem propósito
· Morrer sem legado
· Amar sem ser amado
· Abdicar à paixão
· Sacrificar-se sem reciprocidade
· Vencer sem mérito
· Perder sem dignidade
· Errar por inépcia
· Persistir nos erros
· Arrepender-se
· Ser medíocre
· Estudar sem aprender
· Aprender sem aplicar
· Trabalhar sem produzir
· Libertar quem prefere a escravidão