A Inteligência do casamento IX - terapia de casal

Artigo de André Soares - 11/03/2021

 

 

Ao reiterar veementemente a verdade inconteste que “casamentos não dão certo, nem mesmo por amor”; sou obrigado a admoestar a enorme legião de casais revoltados com essa realidade, advertindo-os sobre a expertise do renomado médico-psiquiatra Flávio Gikovate, unanimemente reconhecido como uma das maiores autoridades nacionais na dinâmica das relações humanas, especialmente sobre casais. Pois, pensando de forma congênere, não por acaso Flávio Gikovate persiste em reafirmar, com o seu característico bom humor, que "apenas 95% dos casamentos são malsucedidos”. Portanto, a grande questão sobre a qual os casais devem se debruçar é decifrar o porquê da esmagadora maioria dos casamentos não dar certo. Afinal, esse tão escabroso fracasso no matrimônio significa também um retumbante fracasso na vida.

Nesse contexto, outra verdade trágica sobre os casais é que homens e mulheres são absolutamente despreparados para o casamento. Isso, aliás, é brilhantemente destacado pelo consagrado escritor Luís Fernando Veríssimo, quando ressalta humoristicamente que “os homens partem para o casamento achando que sabem escolher uma mulher, quando ainda nem sabem escolher uma gravata”. E, de minha parte, reafirmo aqui que “as mulheres acham que sabem escolher um homem de verdade, quando ainda não sabem sequer distinguir o mundo real da ilha da fantasia".

Portanto, o desfecho fatídico que é a dissolução dessa imensa maioria dos casamentos é mais que previsível e inevitável já na origem e antes mesmo da consagração desses matrimônios natimortos. Assim, quando cônjuges recorrem à terapia de casal para tentarem salvar seus casamentos, o que de fato estão fazendo é buscar tratamento para algo em si mesmos que infelizmente é incurável. Prova disso é verificar que a maioria dos que recorrem à terapia de casal se separa definitivamente pouco tempo depois, enquanto a minoria, na melhor das hipóteses, se acomoda como irmãozinhos num sofrível e infeliz casamento, em “coexistência pacífica”.

Mas, ressalte-se também que, dentre outras, também venho reiterando veementemente a verdade inconteste que “casamentos são inevitáveis”. Pois não há como viver sem eles. E, nesse caso, por incrível que possa parecer, há uma boa notícia: há solução. Qual? A solução é dificílima, e obviamente não é possível resumi-la aqui. E essa é a solução que foi encontrada e praticada pelos raríssimos 5% dos casais que não são malsucedidos no casamento, relatados pelo médico-psiquiatra Flávio Gikovate. E aqui, como motivação, vai uma importante dica: essa solução de ouro deve ser desvelada pelos casais muito antes do casamento. Porque, depois do casamento, a melhor definição para terapia de casal é: a “extrema-unção” do matrimônio.


 

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