A hora de abandonar o navio

Artigo de André Soares - 07/03/2023 

     

 

A história do conhecido e trágico naufrágio do navio Titanic ilustra inúmeros ensinamentos aplicáveis à vida, de uma maneira geral. Destaco aqui um dos mais importantes: saber “a hora de abandonar o navio”. Porque os milhares de passageiros que festejavam a bordo do Titanic não tinham o mínimo conhecimento do fatídico naufrágio que estavam prestes a sofrer naquele alto mar congelante, sem qualquer possibilidade de resgate ou ajuda de terceiros. Também não sabiam que sua única chance de sobrevivência era conseguir embarcar num dos pouquíssimos botes existentes; os quais seriam desesperadamente disputados por toda essa legião de passageiros; e cuja esmagadora maioria já estava predestinada à morte, seja no naufrágio, seja por congelamento nas águas oceânicas. Como sabemos, somente sobreviveram as pouquíssimas e privilegiadas pessoas que estavam muitíssimo bem informadas sobre os “segredos” do Titanic e assim puderam decidir com máxima oportunidade “a hora de abandonar o navio”. Mas, isso apenas não foi suficiente para sua salvação. O mais importante foi ter o seu “bote salva-vidas”.

Assim como no Titanic, na vida real, a todo o momento também estamos sujeitos a graves e inesperadas contingências que podem nos vitimar seriamente, caso não saibamos “a hora de abandonar o navio”; e não tenhamos o nosso “bote salva-vidas”. Tais situações podem se dar praticamente em todas as searas, como no âmbito profissional, dos relacionamentos pessoais, no casamento, no âmbito religioso, político-social, e do próprio país. Significa que haverá circunstâncias cruciais na vida em que se deverá ter a sabedoria e o tirocínio de desvelar previamente um naufrágio iminente que poderá vitimá-lo; para, consequentemente, poder tomar a melhor decisão, que invariavelmente é sempre urgente e difícil; qual seja: abandonar o que quer que esteja “naufragando”; seja uma profissão, um relacionamento pessoal, um casamento, uma religião, uma ideologia, ou o próprio país; antes que seja tarde demais! E o mais importante: tenha sempre o seu “bote salva-vidas”.

P.S. Qualquer semelhança com o Brasil, não terá sido mera coincidência.


 

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